quarta-feira, 18 de junho de 2008

Deriva









Reencontro-me na reaproximação dos braços do tempo.
Talvez sejam espirais de correntes num mar que parece liso. O que me arrasta, seja um diferencial térmico. Ando à deriva ou nado contra a maré, as vezes apanho uma onda, ou nado em sentido transversal e reencontro um ramal meu passado, ou um alheio simultâneo, ou um futuro que já era adiado.
O tempo assim não é uma seta linear, seria visto como dimensão explanada, igual às outras pela qual me movo, flutuante também - dentro da estrutura cristalina - na percepção subjectiva.

Gosto de semear no tempo alheio, com a confiança de reverberar onde não ouço,

agora.

1 comentário:

Anónimo disse...

quere-me cá parecer que além de pintor, temos escritor, muito inspirado!
beijos
P.