quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

ao lado do tangível












Tu és o meu leitor desconhecido, não anónimo, a quem declaro o meu anseio momentâneo, ou constante, a quem dirijo aquele sonho nebuloso que me persegue não sei porquê, que raio, que tenho tudo já, sonho incluido. Quase quero que fiques aí, enrolada na quietude, sem eu saber sequer se lês ou vês, quem és, se te rís ou te enfades, ou se durmas e as palavras pintadas passem ao lado do teu próprio sonho.. Não és espelho meu espelho meu..., mas és o meu vácuo que não é o mesmo que o Nada, vácuo de imaginado e fervilhante potencial, ou singularidade gravítica que tudo suga, nada devolve, mas onde nada se perde. És o meu tiro no escuro, o meu risco da tolice, a minha liberdade do ridículo, a minha ocasional ilusão de ser génio. O meu an-agente auto-regulador, porque as regras, em Ti, são só minhas, a disciplina minha, e a responsabilidade minha. Ai! Já sei! Pois claro, serias a bolsa onde jogo.
És o meu refúgio onde deposito os meus poderes latentes, seguros e resguardados da minha vida. Depósito a prazo no meu universo paralelo, bolsa lateral onde se guarda tesouros inomináveis e sementes de plantas exóticas incógnitas.

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