quinta-feira, 30 de abril de 2009

domingo, 26 de abril de 2009

Fade-Out

Ainda no palácio Marquês de Pombal...
Existe o impulso visceral de manter vivo o passado - pela construção, pela aprendizagem, pelo respeito, pela referência ao património imaterial - e existe a lei da entropia que impõe o 'fade-out' natural, levando à distribuição homogénea das partículas, na mais baixa categoria de ordem. Não se confunda com o caos, que encerra em si categorias de ordem complexas.
O desvanecer é o mais reles dos destinos. É o pesadelo de qualquer criativo, construtor, visionário. A obliteração é o castigo dos deuses. Pergunto, qual foi o pecado. A vaidade?
Seria justo, não houvesse obra feita.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Na Penúmbra

...do querer, do ser pleno,...
A glória decadente é fértil de comiseração.
Em pleno palácio do Marquês de Pombal...outro Ícaro perdido, outro fosso de luz...

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ícaro Anónimo


Ir e voltar, o reviver de todos os dias, imperceptível na sua suave corrosão?
O lento desbaste das arestas aguçadas, moagem demorada do juízo até caber...

...ou não.

domingo, 5 de abril de 2009

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Cool Blood

Nos últimos tempos assiste-se de novo a uma imagética, diluente do plano do suporte da imagem. Isto quer dizer: Não basta iludir o observador com trompe-l'oeil's de um espaço fingido, mas enquanto espaço sugerido, ele assume-se como plano pictórico.
Não há fingimento de outra coisa senão o da superfície única. A ilusão está no espaço que se finge plano e linear.
É a superfície que se dissimula: num espaço de múltiplos layers, no espaço urbano que nos assalta através de montras, placares, ecrãs, fachadas, telas de fachadas em reconstrução, vidros espelhantes, e passagens entre volumes.
A visão da cidade, a sua vivência, é um ecrã de computador com muitas janelas abertas, e com a simultaneidade assumida.
O percursor desta percepção foi sem dúvida para mim M.C.Escher, lithógrafo e desenhador holandês e que morreu em 1972. Todos conhecemos os seus trabalhos, sem saber já de onde vieram.
Fizeram o chão que pisamos: a escada em subida eterna quadrangular, a queda de água auto-alimentante, as mãos que se desenham mutuamente, as metamorfóses em tapetes padronizados - nos quais
até se inspirou o matemático Walter Penrose na elaboração dos padrões de enchimento de planos (infinitos)...ou foi vice-versa?
A sua constante interrogação da fronteira entre a realidade e a sua representação, das contradicções daí decorrentes, e da subtil pergunta em qual delas existimos, faz de nós actores - vagueando entre animal condicionado e ser pensante.
Em - quase - última análise, o que está em causa é a relação entre a imagem artificializada que projectamos de nós, e o âmago do nosso ser despido.