terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Aquela Mááquina...


















O comentador Ricardo Costa ficou 'assustado' por Barack Obama nunca ter falhado durante as suas campanhas todas, de traçar um objectivo e seguí-lo, de ter sido campeão de angariador de fundos e apoios e de voluntários de campanha, de ser 'uma máquina'. ...? Ser eficaz é ser máquina??? Ter convicções e querer mudar a tonalidade da conversa é ser máquina? Conseguir gerir entusiasmo à volta de ideias de intelecto elevado é ser máquina? Saber transmití-las e ser bom comunicador é ser máquina? Ser voluntarioso e mostrar afecto...? Há pessoas que se assustam com o espelho das suas próprias convenções. Ou será que se assusta, porque o Adolf Hitler também conseguiu gerar os consensos na altura e foi muito eficaz?
Mais disse o comentador - mas nisso já não estava só no mundo todo - que o discurso do novo presidente dos Estados Unidos da América não tinha nenhuma frase-chave a marcar o momento. Pois não, foi um discurso de atitude humilde em que a palavra 'nós' prevaleceu, um discurso de conciliação (ao contrário do supra-mencionado...) e de esforço conjunto. E, mesmo assim, retenho como imagem-chave o seguinte: 'Estendemos a mão a quem esteja disposto a abrir o punho'. Acho formidavelmente sintético como estas poucas palavras traduzem a atitude e a determinação subjacente.
Expectativas desmesuradas à parte, senti o dia de hoje como a queda do(s) muro(s), como um alívio de tensões. Porque mudou a atitude de base, a visão, a raíz, a arte do possível, o querer.

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