terça-feira, 30 de setembro de 2008

A Barreira

















Já percebí, sim, que o caminho está guardado. Não entro.
Mas o que mais irrita, é que nem seja por latidos esganiçados, mas pelo silêncio, pelo não reconhecimento, pelo não dar conta da presença. Ser invisível é o maior castigo.
Agradeço a sabedoria canina.

Parabólica III
























Vejo isso em todo o lado, persegue-me, tenho o olho viciado, e a mente também...
ainda não é redutor.
A escala desta, permite distorcer a perspectiva que se tem da cidade. Andei com a máquina em riste durante semanas para captar espelhado um avião, mas a sorte ou a previdência, ou o querer não quiseram. Porque, espelhado seria outra coisa, seria imagem só, e algo virtual por só se confrontar com o fragmento da realidade...curioso... hmmm...

domingo, 28 de setembro de 2008

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

...Rreia



















Já foi há algum tempo e nem me lembro a que propósito tenha surgido. Mas olho agora como vocês, e só me vem à cabeça a canalização de energias pelo ser humano. O amorfo feito matéria, transformado em gruta protectora e prisão (de ventre) ao mesmo tempo. A construção a par do constrangimento.

Nú Ausente

















Como é ? As conversas são como viagens, que nos sentimos despidos e refrescados? Ficaram pelo caminho os disfarces convenientes? Será que nos excedemos, que a manhã seguinte nos acorda com tiros de aviso? Caímos em nós de novo, ou caíamos em nós na noite anterior e acordamos para o disfarce que se fez segunda pele? Vestimos a pose ou somos a pose? O que somos sem pose?

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Rituais
























Não, não pertenço a nenhuma 'tribe', o 'trance' ainda tem outras conotações para mim, nem nunca fui muito aderente a não ser a título individual. Observo com alguma consternação a proliferação de técnicas e caminhos para o encontro com o 'eu', que proclamem de tirar de cada via tradicional apenas os aspectos positivos, não limitativos, adequados ao estilo de vida contemporâneo. Promovem o caminho adocicado, enjoativo, anti-sacrificante, e 'light' para o encontro da 'essência' em nós.
Há uns tempos fui visitante de uma feira da vida alternativa... Creio que as únicas pessoas descontraídas que observei, foram duas meninas lindíssimas logo à entrada a distribuir mini-embalagens gratuitas de uns cereais-fibras-adelgaçantes quaisquer que elas certamente não necessitavam ( nem perdiam nada porque não necessitavam de vender nada), e alguns poucos feirantes que se indulgavam mutuamente mediante Shiatsus e leituras de auras. De resto, a ânsia da venda da banha pairava no recinto como uma neblina espessa como chumbo. Fiquei triste, porque o caminho, sei, não é esse. Não vale pena brincar com bolas perfumadas, segurar cristais, adorar símbolos. Podemos tê-los todos só por nós, num ritual íntimo e alicerçado numa nossa história íntima e crescida, mas não há ninguém que me convença de símbolos alheios.

Eu até sou um gajo algo metafísico, acredito que a metafísica seja o motor da evolução humana. A inspiração que alterou o percurso do pensar foi sempre compreendida como divina e inexplicável. O acto da criação , no momento do impulso, foi sempre testemunhado como sublime e de indução alheia. Ser-se veículo matérico de uma ideia inspiradora é, é, é uma experiência de humilde aceitação de vontade alheia. A ideia não é propriedade nossa. Soa mal? Só para quem nunca experimentou. Ter o privilégio de ser mão executante do 'Algurém' é recompensador em sí.

Tanto mais me choca a desbaratação da experiência genuina. Essa, sempre, sempre, exige sacrifício. Reflexão, aprendizagem, ajustamentos, estudos, abdicações, dedicação. Posso não estar aí por opção. Desprezo tudo que seja 'light'. Prefiro não ir. Nem ingiro 'light'. Sabe a artificial, a negócio, a bolas perfumadas e cânticos de balela. Essas, de baleia, já são outra coisa. Não misturem coisas que já existem há séculos e milénios.
E já chega de sermões. Fico na minha, a planar por aí e observar sem querer.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

What Else ? What Blue ?
























Há uma altura em que se chega ao Nada, onde não se sabe onde mais ir sem perder. Então, talvez seja necessário perder tudo, que já pouco é - pensa-se - ... mas talvez até seja um estado do repleto, e tem-se tudo a perder.
Pouco depois chega-se à janela a olhar para fora e Nada cativa...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Terrário Bizarro


















Nem eu percebia bem ao início...
Ironia fácil: Este estabelecimento, há alguns - já muitos - anos vendia todo o tipo de chão flutuante.
...No meio da cidade
Há uma história antiga
Feita de Glória passada
Que hoje é beleza ferida
( excerto de 'Ai Mouraria')

O Espinho Dourado































Bastou rodar sobre o calcanhar para tirar as duas fotos. Mas não haja neste país pessoas competentes? Os dinheiros do POLIS não seriam empregues melhor? Terá de ser um TGV num sítio onde, mesmo assim, ainda 'apita o combóio' ? Qual é o prazer de se escolher uma esplanada particular, pelo ambiente que transmite, se todas forem submetidos a devassaladora força igualizante de uma suposta maioria, e onde nem os letreiros dos nomes dos estabelecimentos podem diferir uns dos outros? Isto não serve as pessoas, apenas serve para facilitar o trabalho a ASAE. Parabéns a visão camarária de Almada.
E já agora: Porque é que insistem em construir pontões e bombear areia para as práias? Não é certamente por acaso que logo a seguir dos pontões serem alterados, que as dunas abriram a brecha e o mar inundou os parques. Enquanto qualquer um pode passear livremente pelas dunas e em cada vez que o faça levar quarenta quilos de areia atrás de si para baixo, não há duna que resista. Depois as mesmas pessoas queixam-se. Chamam os Holandeses! Há décadas que sabem que os pontões não resolvem esse tipo de problema. Bastam estacas de madeira e entrelaçado de vimes ou...no caso de Portugal, casca de Eucalipto que sempre fica a apodrecer no chão depois do abate. Isso não altera as correntes, e retêm a areia. Precisa de manutenção? Claro que precisa, mas e a areia que tem de ser reposta todos os anos? Isso não é manutenção? Não, isso são 'obras' que dão dinheirinho a ganhar a ALGUÉM!
O resto do dinheiro do POLIS iria para a educação das pessoas e a restauração e melhoramento dos bares da práia, com pleno respeito pelas normas da A'SS'AE, mas conservando o colorido local e os materiais...ah pois, A -'SS'- (AE) não permite madeira, hmm...curioso, as caixas de sapatos lá do outro lado são de quê? Oh!, é madeira...
...Tristezas profundas de um Imigrante...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Dragão Passeia



















Não adoro propriamente os grafitis. De vez em quando aparece um notável. Este parece-me ser um deles. Não em si, mas pelo sítio onde está, pela maneira como se insurge, urge, para o campo da visão que só abrange quem olha pelo retrovisor ou anda à pé no sentido contrário.
O século do Dragão Dourado? Mais uma vez, uma questão de enquadramento.
O grafiti não é meu

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Parabólica II















Quando se semeia, o fruto é esperado, nem que seja no tempo de uma geração. É a paciência para o filho/a desabrochar. Mas tem de ser alimentado para lá chegar, espiritualmente também.
O nome dado era 'Membrana - da Transparência do Solo'

Parabólica















Queria alterar os caminhos, os hábitos de práia.
1987. Odeceixe.
Fez aldeia, alterou os trilhos dos pés na areia, foi recanto para o saco-cama, estendal de roupa, e déu alguma lenha - pouca - para as fogueiras da noite. Quem souber mais que me deixe saber. Não sei das histórias daquele verão que contém.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Precioso



















Há quem foge, mete a máquina zero, e esquece o assunto. Faz um statement, tem atitude, coisa que com tatuagem diz uma coisa, sem nada diz outra, e as vezes é mesmo só por acaso e circunstância. Antigamente era sinal de piólhos.
Mas no geral, é assunto de preocupação maior. Dá a moldura a cara, coloca-nos numa geração ou num estrato social, faz-se adereço de convicções - e dá banhadas frias a quem assim pensa. Serve de logro para quem tem sentido de humor, para o resto é igual à roupa de marca, ou de costureira pessoal, ou de falsificação de marca.
Expressa-nos, - o nosso interior, suposto. Vimo-nos ao espelho e sempre ao contrário. Fornece propósitos de gestos só nossos. A ausência destes também fala. É bandeja da vaidade. Sinal de saúde e de virilidade. Matéria orgânica morta, que se quer linda.