sábado, 1 de novembro de 2008

A Bomba Silenciosa






















Começo a duvidar do poder sugestivo das imagens. Parece-me que já apenas conta a 'catch-frase' do dia, o 'slogan' certeiro, a novela com 'pinta'. O tempo não é o meu, o ritmo desacertou-se do meu relógio interno, as filosofias são de consumo imediato por surgir uma nova amanhã, mais 'in', mais ajustada ao querer já e à baba umbilical. O tempo foge, parece, mas somos quem foge ao tempo. Farto-me da saliva dos outros, farto-me e demoro o meu tempo, que acho justo, adequado, respeitador do assunto.
Existem imagens onde se vai passear, de modo languido, sem pressa nem destino, onde o sorver devagar é como espreguiçar-se ao pôr-de-sol.
Reclamo o tempo passivo. Exijo a atenção ao pormenor, á inteligência intuitiva, à disponibilidade do olhar devagar, ao deixar sedimentar.
Abomino a imagem 'tchã..', que se revela no segundo publicitário, porque não há tempo para mais.
Libertem-se... do jugo do já. Serão peões no jogo do já. Paguem. Caro. Com fôlego curto.

2 comentários:

intruso disse...

"Reclamo o tempo passivo.
Exijo a atenção ao pormenor..."

Só me ocorre um "pois"
(subscrevo o texto)

abraço


p.s.
correu bem no Porto!
:)

Anónimo disse...

quem me dera atirar-me para cima dessa nuvem, que ar apetitoso!
cooooooooool
bjs P.