Pedaços da imagem marginal - o tempo criativo em fragmentos de desenhos e fotografias. De um espaço fantasioso, e da física imaginada. Rascunhos, laterais à arte num limbo de emoção in - quieta e sem poesia.
Começo a duvidar do poder sugestivo das imagens. Parece-me que já apenas conta a 'catch-frase' do dia, o 'slogan' certeiro, a novela com 'pinta'. O tempo não é o meu, o ritmo desacertou-se do meu relógio interno, as filosofias são de consumo imediato por surgir uma nova amanhã, mais 'in', mais ajustada ao querer já e à baba umbilical. O tempo foge, parece, mas somos quem foge ao tempo. Farto-me da saliva dos outros, farto-me e demoro o meu tempo, que acho justo, adequado, respeitador do assunto. Existem imagens onde se vai passear, de modo languido, sem pressa nem destino, onde o sorver devagar é como espreguiçar-se ao pôr-de-sol. Reclamo o tempo passivo. Exijo a atenção ao pormenor, á inteligência intuitiva, à disponibilidade do olhar devagar, ao deixar sedimentar. Abomino a imagem 'tchã..', que se revela no segundo publicitário, porque não há tempo para mais. Libertem-se... do jugo do já. Serão peões no jogo do já. Paguem. Caro. Com fôlego curto.